É interessante perceber como personagens mitológicos, de animações, HQs e etc. são um símbolo desde a nossa infância. Nos identificamos, queremos "ser" eles ou até relacionamos e entendemos melhor aspectos nossos, comparando comportamentos com os personagens. Eu acho a Harley Quinn uma personagem interessante mas não sabia exatamente porquê. Talvez, porque parte de mim se identificava com o lado "louco" dela e, descobrindo a história da personagem, acabei descobrindo parte de mim também.
Ela é a psiquiatra responsável por tratar o Coringa mas acaba se envolvendo com ele porque se comove com a história dele (o que o Batman fala que é tudo lorota). Ela tem empatia, compaixão e isso faz ela começar a gostar dele. O problema é que ela começa a entrar num relacionamento extremamente abusivo, uma montanha-russa, um pesadelo emocional. Parece que ele a trata bem quando convém. Depois a trata mal e depois bem de novo (talvez por isso ela fique ainda mais louca).
Até quando a Poison Ivy vai matá-la, Harley está tão chateada (porque se desentendeu com o Coringa) que nem se importa se vai viver ou morrer. Isso intriga Ivy e depois elas se tornam grandes amigas. Depois, Harley volta para o Coringa e novamente recomeça o ciclo de inferno emocional do qual ela não consegue se livrar. Ela sempre perdoa mas ele nunca muda. Até a Ivy fica inconformada como se dissesse: "Que que você tem na cabeça?! Por que sempre volta para ele?!"
Diferentemente da Catwoman e da Poison Ivy, parece que a Harley age de maneira infantil e dependente. Até a voz dela é mais aguda do que ela como a doutora Haleen Frances Quinzel. A Catwoman dá uns pegas no Batman e parece estar muito bem resolvida quanto a isso. Poison Ivy ama as plantas dela e está bem resolvida com isso também.
Mas, voltando à Harley, em outra ocasião (não revelarei detalhes para não dar tanto spoiler), fica com outro cara (me esqueci o nome) que é bem abusivo também. Talvez seja um ciclo vicioso do qual ela não consegue escapar.
Eu já cometi meus erros também. Na época ficava oscilando. Bem e mal, bem e mal, bem e mal... porque a pessoa me tratava bem quando lhe convinha. Até cheguei a nomear "relacionamento complexo de Estocolmo". Também já cheguei a ser subserviente em outra ocasião. Tolerar muitas coisas, muitas falas cruéis vindas de pessoas próximas à quem eu estava junto que eu, hoje em dia, não toleraria. Na época, a pessoa não teve coragem de enfrentar os amigos e não percebeu o quanto uma fala machista e racista pode ferir a alma de outrem para sempre. Empatia zero, como diz uma amiga. Mas é difícil para alguns homens terem este tipo de sensibilidade e respeito afinal, nunca ouviram e nunca ouvirão "Japinha gostosa te comeria agora" somente por estarem andando na rua. Fácil dizer que "Não é nada, você está exagerando." Como disse, empatia zero.
Pessoas abusivas, tanto homens quanto mulheres, companheiros, companheiras, "amigos", "amigas" são lixo nuclear. Um câncer emocional. Se desvincular delas muitas vezes é difícil porque vira, realmente um "relacionamento complexo de Estocolmo". É preciso muita força interna para finalmente dizer "não".
Pessoas abusivas, tanto homens quanto mulheres, companheiros, companheiras, "amigos", "amigas" são lixo nuclear. Um câncer emocional. Se desvincular delas muitas vezes é difícil porque vira, realmente um "relacionamento complexo de Estocolmo". É preciso muita força interna para finalmente dizer "não".
E tudo isso eu "permiti" que acontecesse comigo por causa de um nível extremo de carência... me sentia sozinha em um país estrangeiro. Era raro falar com meus amigos próximos... Estava totalmente cega... tive compaixão, queria ajudar... isso tudo foi um coquetel tóxico.
Dependendo do nível da carência, ela pode ser extremamente tóxica. Te deixa cega e encobre comportamentos abusivos, humilhantes e desrespeitosos dos outros. É como uma anestesia. Você não sente que estão te machucando mas quando o efeito passa... todas as feridas psicológicas vem à tona. O problema é quando este veneno perdura por anos. Felizmente, isso não chegou a acontecer comigo e o que aconteceu, que nunca mais aconteça.
"Um pouco de veneno, de vez em quando, produz sonhos agradáveis. E muito veneno, por fim, para ter uma morte agradável."
Zaratustra
"Um pouco de veneno, de vez em quando, produz sonhos agradáveis. E muito veneno, por fim, para ter uma morte agradável."
Zaratustra
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